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febre de bola

"Ser Corinthiano é descobrir que todo ano a gente vai sofrer." - Gilberto Gil

8.3.09

2009 - Campeonato Paulista - Palmeiras 1 x 1 Corinthians


Quando alguém decide ser corinthiano, faz uma série de escolhas - uma delas é ser vítima de gozações que revelam que, no fundo, o brasileiro cordial é um mito: boa parte das piadas que envolvem corinthianos são preconceituosas, sejam de cunho social ou racial. Mas mesmo assim, ou melhor, por causa disto, enchemos o peito de orgulho para dizer que somos maloqueiros e sofredores.

Aí, eis que Ronaldo chega ao clube - vindo de outra contusão séria, vindo de várias confusões pessoais (travesti, baladas, etc). Desde dezembro, "Ronaldo Gorducho" e Corinthians foram as piadas favoritas de palmeirenses, são-paulinos, santistas, flamenguistas, etc.

O retorno dele, contra o Itumbiara, não serviu para animar nem o mais otimista dos alvinegros. Mas sempre tem um Palmeiras no meio do caminho. Sempre tem um gol na frente de Ronaldo. Nem que seja aos 47 do segundo tempo. Só para dizer "eu voltei". E nunca teve NENHUM lugar melhor Ronaldo voltar que o Corinthians. Porque aqui, a gente acredita. Sempre. Até o fim.

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escrito por mau10  # 3/08/2009 10:35:00 PM

5.5.06

Libertadores de América/2005 - Corinthians 1 x 3 River Plate - Angústia e Vergonha.


Os dias têm sido muito difíceis. Bastante difíceis, por sinal. Para qualquer lugar que olho, problemas, problemas, problemas. Aí que na quinta-feira, levantei, fui tomar banho e repassei mentalmente alguns dos desafios do dia que se apresentavam. Além da preocupação, bateu um aperto no peito: à noite tem jogo, libertadores, mata-mata.

Olhava para as bancas de jornal, via as notícias, aperto no peito. Via o noticiário na tevê, os “mesa-redonda” da hora do almoço, passavam imagens de são Paulo e Palmeiras e eu pensava “será que vai dar para a gente?”

Depois de um dia péssimo horrível, com vários, diversos problemas, está na hora do jogo. Uma certeza eu tinha, ia ser um jogo “daqueles”, se a classificação saísse (e quem disse que não sairia), seria daqueles dias para testar os nervos e o coração. Primeiro tempo, 1 x 0, vamos para o segundo tempo. Quem sabe, dá, quem sabe não vai ser tão chorado como costuma ser.

Mas não deu. Mas pior, muito pior do que perder, foi o que aconteceu fora de campo. Eu senti vergonha, muita vergonha.Eu não sei quem foi o culpado pelo o que aconteceu, quem incentivou este tipo de comportamento, nem sei se interessa isto.

O que eu sei que escolher o time de futebol para se torcer é daquelas coisas fundamentais na vida. Faz parte daquele grupo de decisões onde se encaixam com quem se vai casar, o tipo de relação que se vai ter com filhos, qual profissão se vai abraçar. Torcer para o Corinthians faz com que esta decisão seja mais dramática ainda. Mas alguém tem que dizer que, bolas, isto é só um jogo.

escrito por mau10  # 5/05/2006 04:45:00 PM

24.1.04

2001 – Mercosul - Corinthians 2 x 1 Independiente

Domingo de manhã, jogo no Pacaembu. Melhor coisa para se ver o Corinthians. Foi o primeiro jogo em São Paulo depois da confusão criada pelo Demoninho Carioca, onde ele acusou o Ricardinho de ser traíra e leva-e traz da diretoria.

Naquele jogo, o nome do Ricardinho foi o mais aplaudido pela torcida antes do início do jogo, numa demonstração clara de qual lado a torcida estava. Foi assim até o Ricardinho errar a primeira, segunda, terceira bola. Na quarta jogada errada, um cara perto de mim começou “pede pra sair, Ricardinho”. A cada bola que ele errava ou perdia, a impaciência ia aumentando, até que meia dúzia de gaiatos começou a gritar “ú, Marcelinho, ú, Marcelinho”.

No futebol, a glória e o carinho da torcida são efêmeros.

escrito por mau10  # 1/24/2004 06:56:00 PM

2001 – Campeonato Paulista – Corinthians 2 x 1 Santos

Já estava morando em São Paulo novamente e o Corinthians começa muito mal o Campeonato Paulista. Só que, numa daquelas típicas campanhas corinthianas, o time começa a ganhar partida atrás de partida, classificando-se para a semifinal, contra o Santos. O primeiro jogo, difícil, terminou empatado em 1 a 1.

Na segunda partida, um jogo emocionante. Santos faz um gol, o Corinthians empata em seguida, os dois times perdem um pênalti cada, tudo isto no primeiro tempo, ainda.

O segundo tempo, tenso, já estava se encaminhando para o final e o empate levaria o Santos à final. Eu já tinha entregue os pontos. Um amigo, são-paulino, disse para mim, na mesma hora “que nada, com este time filho-da-puta, o jogo só acaba quando o juiz apita”. Ele acabou de dizer isto e o Gil faz a jogada pela esquerda e toca para trás. Ricardinho chega chutando e é gol! O gol da classificação, aos 45 do segundo tempo.

Eu precisei de um são-paulino para me lembrar da primeira regra clássica do corinthiano: acreditar até o final.

escrito por mau10  # 1/24/2004 06:55:00 PM

2000 – Campeonato Brasileiro – Bahia 2 x 1 Corinthians

Morando em Salvador, via poucos jogos do Corinthians pela tevê. Normalmente, quando não são os times da casa, a televisão de lá prefere transmitir jogos de equipes do Rio.

Assim sendo, não poderia deixar a oportunidade de ver o time jogando na cidade. Pois bem, fui para a Fonte Nova ver o Timão. Logo no começo do jogo, Marcelinho apronta mais uma e é expulso, de bobeira.

O Bahia faz um gol e o Corinthians logo empata. Engrossa o jogo, vai pra cima, mesmo com um a menos, estava claro que a vitória seria nossa. Esta sensação dura até o time cansar e, no final do jogo, o Bahia faz o segundo gol. Nem espero para ver o final do jogo. Vou embora, xingando o desgraçado do Marcelinho.

escrito por mau10  # 1/24/2004 06:54:00 PM

2000 – Libertadores de América – outra tragédia

Em 1999, o Corinthians havia sido eliminado pelo Palmeiras nos pênaltis, o que possibilitou ao time dos porcolinos ganhar o torneio e ir para o Japão perder para o Manchester United .

Em 2000, mais uma vez o Palmeiras. Na primeira partida, uma partida que estava fácil (o Corinthians chegou a estar ganhando por 3 a 1) virou um sufoco. 4 a 3 para o Corinthians.

No jogo seguinte, o Palmeiras acabou se superando e virou o jogo, levando para os pênaltis. Ali, mais uma vez, acabamos sendo eliminados pelos porcolinos. Minha ex-mulher, palmeirense, ao ver o desgraçado do Marcelinho perder o pênalti decisivo começou a pular de alegria pela sala.

A sensação de “de novo, para estes caras, não dá” me fez com que eu me trancasse no banheiro e ficasse lá o tempo suficiente para que todos os telefonemas vindos de São Paulo fossem atendidos por ela.

escrito por mau10  # 1/24/2004 06:53:00 PM

2000 – Campeonato Mundial Interclubes – ahaa, uhuu, o mundo é nosso

A conquista do Campeonato Brasileiro possibilitou ao Corinthians participar do Primeiro Campeonato Mundial Interclubes, realizado pela Fifa. O torneio aconteceu em duas cidades, São Paulo e Rio de Janeiro.

A chave paulista contava com Corinthians, Real Madrid, All Nassr e Raja Casablanca. A carioca tinha Vasco da Gama, Manchester United, Necaxa e um time australiano.

Este torneio aconteceu logo em janeiro, com os jogadores corinthianos praticamente saídos de um longo campeonato brasileiro e dava para ver que muitos deles se arrastavam em campo. Na verdade, somente duas equipes se prepararam para conquistar o título: Vasco e Real Madrid.

Os espanhóis contavam com o título para mostrar ao mundo que eram eles o melhor time do século (o que acabou sendo confirmado pela Fifa, tempos depois,~numa daquelas eleições que fizeram para eleger o qualquer coisa do século passado). O Vasco, bem, o Vasco tem Eurico Miranda e seus planos megalomaníacos de dominação do mundo. O time carioca praticamente abandonou o campeonato brasileiro para se preparar para o torneio da FIFA.
Tanto Real Madrid como Vasco da Gama foram com equipes completas para o Mundial.

Chega o dia do jogo entre Corinthians e Real Madrid. Um dirigente espanhol, na véspera do jogo, afirma que embora o Timão tivesse bons jogadores, nenhum deles tinha qualidade para vestir a camisa do Real. Karembeu disse, em tom de ironia, que nunca havia ouvido falar em Edílson.

Durante o jogo, 1 a 0 para o Madrid. Eis que a bola cai nos pés de Edílson, na frente de Karembeu. Uma bola no meio das pernas do francês falastrão e gol para o Corinthians. Na comemoração, Edílson passa por Karembeu e diz: “Prazer, meu nome é Edílson”. Minutos depois, o Corinhians vira. No segundo tempo, Madrid empata e para completar, Dida pega um pênalti. O jogo termina 2 a 2. O Real Madrid NÃO era melhor que o Corinthians.

Enquanto isto, no Rio de Janeiro, o Vasco de Romário e Edmundo, despachava seus adversários com muita tranqüilidade para chegar à final. Contra o Corinthians.

Maracanã lotado. Desta vez, a fiel torcida não invadiu o Rio, como havia feito em 76, mas estava lá. Pequena, mas barulhenta. Durante todo o jogo, só se escutava “Todo-poderoso Timão, Todo-poderoso Timão, Todo-poderoso Timão.”

O grito da torcida fez com que o time, sem pernas para um jogo aberto, cozinhasse o Vasco até a disputa dos pênaltis. No gol do Corinthians, havia Dida, que tinha como passatempo predileto defender pênaltis. Ganhamos. O mundo era alvinegro.

escrito por mau10  # 1/24/2004 06:53:00 PM

1999 – Campeonato Brasileiro – Corinthians 3 x 2 São Paulo

Neste campeonato, repetimos a dose. Lideramos toda a primeira fase, sem grandes sustos. Nos playoffs, o Guarani foi eliminado e chegou a vez de enfrentar o São Paulo.

No primeiro jogo, o São Paulo teve dois pênaltis a seu favor. Raí, cobrou as duas vezes. Nas duas oportunidades, Dida defendeu. Assim sendo, só restava ao Corinthians eliminar o São Paulo e ir disputar a final contra o Atlético Mineiro, para conquistar seu terceiro título.

escrito por mau10  # 1/24/2004 06:52:00 PM

1999 – Campeonato Paulista – Corinthians x Palmeiras

Durante a Libertadores, o Palmeiras havia eliminado o Corinthians nos pênaltis. Logo depois, teve a final do Campeonato Paulista, envolvendo as duas equipes. A eliminação no sul-americano era muito recente e doída, até porque o time corinthiano era melhor.

Na primeira partida da final, o Corinthians ganhou por 3 a 0. Na segunda, eu estava em São Paulo. Era junho, fazia muito frio. Vi o jogo pela televisão, com a “audiência” dividida – metade corinthianos e metade palmeirenses.

Lá pelas tantas, eu fui à cozinha pegar mais cerveja e vi o Edílson fazendo umas embaixadas com a bola. Eu pensei que a partida estivesse parada. Não estava. Quando eu chego na sala, com as cervejas, vejo Davi (corinthiano) e Rogério (palmeirense) gritando “pega ele, bate, pega, pega”. O pau estava comendo entre os jogadores das duas equipes.

Ao contrário do que eu tinha pensado, o jogo não estava parado quando Edílson estava fazendo as embaixadas. Aquilo irritou os jogadores palmeirenses, que partiram para cima e a confusão se iniciou.

O jogo acabou não terminando. O Corinthians sagrou-se campeão, mas a confusão que houve fez com que não houvesse comemoração e, bem, acabou sendo um título sem-graça, onde a falta de esportividade e de respeito entre os que estavam em campo deram o tom.

escrito por mau10  # 1/24/2004 06:51:00 PM

1998 – Campeonato Brasileiro

Graças à parceria com um banco, que já nem existe mais, o Corinthians investiu em diversos jogadores de talento – chegaram Rincón, Vampeta, Ricardinho, Gamarra, Edílson, etc.

O time liderou a tabela pelo maior tempo do campeonato e chegou à fase dos playoffs com vantagem. Na época, eu estava me mudando para Salvador, de forma que vi alguns jogos na Bahia e outros em São Paulo.

Tanto Grêmio como Santos foram eliminados em 3 jogos, mas sem grandes sustos. A final, seria contra o Cruzeiro, que também tinha um time muito forte. A primeira partida, em Belo Horizonte, os mineiros chegaram a abrir dois gols de vantagem, mas o jogo terminou empatado, 2 a 2. O segundo jogo, outro empate, desta vez em São Paulo, 1 a 1.

A terceira partida, com o Corinthians jogando pelo empate, desta vez, não teve jeito – no segundo tempo, o Corinthians fez dois gols e tornou-se campeão. Mais importante do que ganhar o título, foram os personagens que fizeram parte desta conquista.

Dinei, jogador prata da casa, antes de pensar em ser jogador de futebol, era sócio da Gaviões da Fiel. Saiu direto da arquibancada para o gramado. Iniciou no Corinthians e perambulou por diversos outros clubes, até ser pego em um exame anti-doping, por uso de cocaína.

Suspenso, reiniciou a carreira na Inter de Limeira, até voltar ao Corinthians, como reserva. Mesmo nesta condição, todos os cinco gols que o Corinthians fez nos três jogos decisivos contra o Cruzeiro tiveram a participação decisiva dele. Em uma equipe com tantos jogadores contratados a peso de ouro, foi ele, um ex-gavião que, em qualquer outro lugar, seria considerado um ex-jogador de futebol, que fez a diferença. Na comemoração, no gramado,ele estava com a camiseta da Gaviões. Ali, ele era o povo corinthiano.

Também teve Gamarra. Zagueiro excepcional, naquele ano era o melhor do mundo. Na Copa do Mundo, na França, defendeu seu país como um corinthiano de verdade faz, mesmo contundido. Confesso, eu torci pelo Paraguai naquela Copa. No Corinthians, ele era o capitão. Ergueu o troféu com uma bandeira de seu país na mão. O Paraguai é um país menosprezado por muitos, já que ninguém sabe direito o que tem a oferecer. Nada mais corinthiano do que levar uma bandeira deles na hora da comemoração. Ganhamos nós, corinthianos e paraguaios. Somos todos, corinthianos e paraguaios, maloqueiros e sofredores.

escrito por mau10  # 1/24/2004 06:51:00 PM

30.12.03

intervalo - Por um defeito de comunicação entre o enetation e o meu cérebro, somente hoje que eu vi uma série de comentários feitos. Com um baita atraso, respondi a todos eles. Desculpas a Stuart, Quadrado, Elis, etc. Vamos para o jogo, então.

escrito por mau10  # 12/30/2003 11:50:00 AM

29.12.03

1995 - Campeonato Paulista - o ano que não acabava.

Nenhum corinthiano aguentava cantar mais "É Campeão". Dizia-se que a Prefeitura iria mudar o nome da Avenida Paulista para Avenida Corinthians. Só, que, ó enfado, outra final, desta vez o Campeonato Paulista.

Depois de ter eliminado a Portuguesa nos minutos finais do jogo, era a vez do Palmeiras. Estes caras já estavam atravessados na garganta, afinal, perdemos a final do Paulista de 93 e o Brasileiro de 94 para o time da Parmalat. Não aguentava mais eles. Perder de novo, não iria dar.

E não deu, mesmo. Como os estádios na cidade de São Paulo estavam indisponíveis, a final foi em Ribeirão Preto. No primeiro jogo, um empate. No segundo, o Palmeiras marca, logo no começo. Na mesma hora, eu senti um, hum, medinho. 93 e 94, de novo não.

Este jogo, eu vi na casa do Davi, junto com uns parentes dele e, principalmente, um primo palmeirense, que estava se sentindo a última gordura de picanha do churrasco. Mas uma falta na entrada da área, me fez pressentir o gol. Eu me levantei, me posicionei atrás do sofá, para não chutar a banqueta do piano que estava na nossa frente e lá foi o Marcelinho para a cobrança.

A bola foi justamente onde estava o Muller, do lado do goleiro. Um atrapalhou o outro e gol!! O gol!!! Santo Marcelinho!! Dali em diante, a confiança voltou e a prorrogação só serviu para o Elivélton marcar outro gol e mostrar o óbvio: naquele ano, o Corinthians tinha o melhor time do Brasil.



escrito por mau10  # 12/29/2003 07:34:00 PM

1995 - Copa do Brasil

O ano de 95 tinha começado bem. Logo em Janeiro, veio a Taça São Paulo de futebol junior. Depois, no Carnaval, a Gaviões também foi campeã (veja bem, eu tenho algumas diferenças com a Gaviôes, mas o fato é pra se registrar).

Na Copa do Brasil, depois de ter eliminado o Vasco com uma bela goleada no Pacaembu, foi a vez do Grêmio ("time copeiro", "futebol pragmático", e outros blás blás blás que o lugar comum e a falta de criatividade da nossa imprensa esportiva gosta de nos impor). Ah, eles tinham o Felipão como técnico e aquele monte de botinudo que os gaúchos costumam chamar de jogadores de futebol.

Mas quem jogava futebol mesmo era Marcelinho Carioca, Viola e cia. Vitória em São Paulo e uma outra vitória, indiscutível, em Porto Alegre. 1 a 0, gol de Marcelinho, de cabeça, pra suprema ironia. Paulo Nunes, pra variar, bateu e foi expulso, em uma atitude tipicamente gremista loser.

Agora, me diz uma coisa: quem vence a Copa do Brasil o que é? Campeão brasileiro, oras. Ahá, uhú, o Brasil é nosso.

escrito por mau10  # 12/29/2003 07:11:00 PM

1994 - Campeonato Brasileiro - Corinthians e Flamengo


Casagrande tinha passado uma longa temporada na Europa, tendo passado por Portugal e Itália. Depois deste tempo, estava de volta ao Brasil, mas, que droga, foi jogar no Flamengo.

Tudo bem, tudo bom, até o dia em que os dois times se enfrentaram, em São Paulo. Foi o nome mais aplaudido pela torcida corinthiana. A cada vez que tocava na bola, a torcida cantava: "Doutor, eu não me engano, o Casão é corinthiano" ou "Volta, Casão, seu lugar é no Timão".

O resultado do jogo pouco importa (acho que o Corinthians ganhou). O que realmente importa é que, meses depois, o Casagrande voltava ao Corinthians.

escrito por mau10  # 12/29/2003 06:51:00 PM

1993 - Campeonato Paulista - o grande desastre

Um dia, algumas coisas têm que acontecer mesmo. O Palmeiras estava há 16 anos na fila e uma hora, eles iriam ganhar algum título. Só não precisava ser logo em cima do Corinthians.

Um pouco antes da final, teve um jogo entre as duas equipes e ganhamos de 3 a 0, mole, mole. Bom, chegou a final e na primeira partida, Neto cobra a falta e Viola completa. O Viola saiu comemorando imitando um porco. Foi engraçado, é claro, mas esta comemoração foi determinante para o resultado final do campeonato. O jogo terminou 1 a 0 para o Corinthians

Entre uma partida e outra, o técnico do Palmeiras mostrou vídeos e vídeos da comemoração do Viola para os jogadores. Os caras entraram em campo com sangue nos olhos. Os caras fizeram um, dois, três, quatro gols, enfim (este último foi na prorrogação).

O Palmeiras saiu da fila. Foi uma das maiores dores de cabeça que já tinha tido, até então.

escrito por mau10  # 12/29/2003 06:44:00 PM

1990 – Campeonato Brasileiro – Ahá, uhú, o Brasil é nosso

O Corinthians tinha Neto. Jogador problemático, com excesso de peso, falastrão e excesso de talento no quesito “futebol”. Naquele ano, o Corinthians não precisava de muito mais. Ou precisava de muito pouco além disto.

Por algum mistério do futebol, nos classificamos para a fase final do campeonato em oitavo lugar. O primeiro adversário seria o Atlético Mineiro. No primeiro jogo, em São Paulo, gol do Atlético. Neto empata, de falta. Mais um tempo, a virada. No jogo de volta, em Belo Horizonte, muito sufoco, muita pressão e um empate na raça. O adversário seguinte, seria o Bahia. Foi um replay do que rolou com o Galo. Ganhamos em São Paulo, de virada (Neto, de novo?) e outro empate amarrado em Salvador.

Finalmente, estávamos na final, com dois jogos em casa, ou melhor no Morumbi, contra o velho São Paulo, que jogava com a vantagem de dois resultados iguais. Pouco adiantou esta vantagem. No primeiro jogo, uma falta, e lá estava Neto para a cobrança. Ele mandou a bola no meio da confusão e Wilson Mano (logo quem) meteu pra dentro.

O segundo jogo, bem o segundo jogo merece uma explicação. Eu não vi esta partida. Eu, hãn, bem, me desculpem aí, corintianada, eu estava num motel e FALTOU LUZ bem na hora do jogo. A energia elétrica voltou justamente na hora em que o jogo havia terminado. Mas o fato é que metemos outro 1 a 0 nos caras e ficamos com o título.

Não havia dúvidas, em 1990, Neto, ops, o Corinthians era o melhor time do Brasil

escrito por mau10  # 12/29/2003 05:38:00 PM

1988 - Campeonato Paulista ou Viola afinada


Corria o ano de 1988, e mais uma vez, o Corinthians não fazia uma campanha inesquecível. O campeonato paulista andava modorrento até que teve um Corinthians x São Paulo. Carlos, o goleiro azarado, era o titular do Timão. Não me lembro dele ter conquistado título algum, fosse na Ponte, ou na Seleção (Copa de 86, lembra?). O fato é que naquele jogo, ele estava machucado e não participou. Foi a estréia de um garoto de 20 anos, cheio de marra, Ronaldo. Além de marra, ele tinha estrela. Pegou um pênalti, logo na estréia e logo em um clássico. O Corinthians ganhou.

A partir dali, ele assumiu a condição de titular e o time chegou à final, contra o Guarani. O time deles era bom, tinha Neto, Evair, entre outros. O Corinthians tinha Wilson Mano, só para começar.

Na primeira partida, no Morumbi, empate, 1 a 1. O Guarani começou ganhando, com gol de bicicleta do Neto. O Corinthians empatou com Edson, naquelas bolas que batem em todo mundo e entra. Coisa típica de Corinthians.

Para o segundo jogo, em Campinas, todos davam como certo que a taça ficaria por lá mesmo. O Milton Neves chegou a dizer que rasgaria o diploma de jornalismo dele se o Guarani perdesse o título. Outra coisa que dava mais certeza para gente assim era o fato que o Edmar, centroavante titular, estava do outro lado do mundo, na Coréia do Sul, disputando as Olimpíadas. E seu substituto seria um outro garoto, um neguinho mirrado (na época). Viola. Vagner Bacharel, na época zagueiro do Guarani, dizia que o título tava no papo, e que com ele “a viola vai desafinar”.

Pois não foi isto que aconteceu. No dia 31 de julho (dia do meu aniversário), logo no começo da prorrogação, o Wilson Mano chuta de fora da área. Completamente torto, sem direção. Ou melhor, na direção do pé de Viola, que põe pro gol. O moleque tinha tanta certeza que iria fazer o gol que tinha entrado em campo com duas camisetas, uma por cima da outra. Assim, na comemoração, ele pôde tirar uma para atacar para a torcida.

Mais uma vez, o Corinthians foi campeão. E eu estou esperando até hoje Milton Neves rasgar seu diploma de jornalismo.

escrito por mau10  # 12/29/2003 05:12:00 PM

8.12.03

1986 - Brasil x França ou "A gente somos inútil"

A Copa de 86 não foi a copa dos sonhos de ninguém. Naquela época, estava no terceiro colegial, mais preocupado em terminar o segundo grau e tocar com o pessoal. O Corinthians não tava lá grande coisa, tanto que não me lembro de nada de excepcional para falar neste post.

Voltando à Copa, então. Normalmente, o pessoal do colégio se reunia na casa de alguém para ver o jogo. Foram assim nos três primeiros jogos, sendo que em um deles, abandonamos a tevê para irmos ensaiar (era junho e o pessoal da nossa classe tinha montado uma barraca na festa junina e juntamos um pessoal pra tocar lá), que tava valendo mais a pena do que ver aquele time, hmm, desanimado. Teve a partida contra a Polônia, que tinha resolvido assistir sozinho. E teve a partida contra a França.

Naquele dia, por não estar me importando tanto com a Seleção e, principalmente, pra fazer pirraça com o restante do pessoal, decidi torcer para a França. Cheguei assobiando A Marselhesa e falando que a França iria ganhar. Afinal de contas, tinha Platini...

O Brasil marcou o primeiro gol e fui devidamente zoado pela galera. Quando a França empatou, silêncio na sala. Todos olhando para mim. Resolvi dizer que iria torcer pelo Brasil.

Eu até que me esforcei e disfarcei. Na prorrogação, quando o Zico perdeu o pênalti, todos olharam para mim, de novo. Quando o jogo foi para a disputa de pênaltis, resolveram me trancar no banheiro. Só que eu queria ver de qualquer jeito o final do jogo (que até estava bem legal, é fato). Forcei a porta, arrebentei a maçaneta, cortei o dedo (tenho a cicatriz até hoje).

Finalmente, saí do banheiro e ainda as cobranças ainda não haviam começado. Naquela casa, nós havíamos posto a tevê na garagem, de modo que o Babinha estava escondido debaixo do carro, para não ver os pênaltis. Todos estavam nervosos. Nós e os jogadores, talvez.

Sócrates errou. Platini errou. Júlio César errou. E teve aquele pênalti em que o Carlos foi para o lado certo e a bola bateu na trave, nas costas dele e entrou no gol. Se o goleiro tivesse ido para o lado errado, não teria sido gol. O fato é que o Brasil perdeu 3 pênaltis (1 na prorrogação e outros 2 depois). Assim, não dá pra ganhar nem a Copa Kaiser.

Depois do jogo, uma menina disse: "Acho que este lance de não torcer para o Brasil é falta de patriotismo", olhando para mim. Hohoho, pensei.

À noite, na festa junina, fomos tocar. Por alguma razão que eu desconheço, não estava no teclado e estava cantando. Uma das músicas era "Inútil", do Ultraje a Rigor. Embalado por umas batidas de côco, de amendoim, de maracujá, de qualquer coisa, mandei o verso "a gente joga bola e não consegue ganhar" umas 15 vezes na sequência. Fui além, inclusive - trocava o "a gente somos" do refrão pelos nomes dos jogadores que haviam perdido os pênaltis. Foi maldade eu sei, mas eles não precisam saber disto, certo?

escrito por mau10  # 12/08/2003 07:32:00 PM

1984 - O fim de uma era

O Brasil era um lugar esquisito. Vivia-se o fim do período militar, a anistia já tinha vindo, mas falar em democracia era algo, no mínimo, complicado, em muitos casos.

De repente, surge o Corinthians, com Sócrates, Vladimir, Casagrande, Zenon, Biro-Biro, Juninho e tantos outros, falando em DEMOCRACIA. Todas as decisões internas eram tomadas pelo grupo de jogadores, em votação. Ganhava-se aqui, perdia-se ali.

De repente, a esquerda brasileira passou a ver um grupo de jogadores politizados, pensantes e falantes. De repente, a popularidade destes jogadores foi além dos estádios de futebol - ia-se em show de Rock, lá estavam eles no palco. Participações em novelas, filmes, entrevistas. A Democracia Corinthiana criou í­cones pop. E o melhor, com o time ganhando.

Em paralelo, existia o movimento Diretas Já!, onde as pessoas se mobilizavam para, pela primeira vez em tantos anos, votar para presidente. Sócrates e outros jogadores se engajaram na campanha. Ao vestir joelheiras, tornozeleiras ou faixas amarelas, estes jogadores transformaram uma partida de futebol em ato polí­tico. Com os militares só olhando.

Mas, os conchavos polí­ticos foram sendo armados e sentia-se que o movimento nâo teria sucesso. Por outro lado, o Corinthians já nâo estava bem. Havia perdido o Paulista para o Santos e eliminado pelo Fluminense (do Parreira) nas semifinais do Brasileiro. A própria Democracia Corinthiana havia perdido seu gás e existiam propostas de fora para a contrataçãoo de Sócrates.

Um dos últimos comí­cios da Direta Já!, Sócrates discursou: "Eu quero votar para presidente. Se tivermos Diretas Já! eu não saio do Brasil!" Para bom entendedor, meia palavra basta. Ele já estava fora do Corinthians.


escrito por mau10  # 12/08/2003 07:14:00 PM

1982 - Brasil 2 x 3 Itália

Este foi um dos jogos que mais me marcaram. Primeiro, porque tinha certeza que o Brasil seria campeão do mundo e que o Sócrates ergueria a taça. Segundo, porque simplesmente eu não consegui ver o jogo naquele dia.

Explico: o nervosismo era tanto, que me deitei no sofá da sala e cobri a cabeça com o cobertor, só escutando a narração do jogo. Quando acabou, chorei e muito. Depois daquele dia, nunca mais torci de verdade pela seleção brasileira. Só para o Corinthians.

O detalhe é que, anos depois, revi a partida e percebi o quanto ela mudou o futebol no Brasil e pelas razões erradas.

Todo mundo ainda diz que o time perdeu porque só sabia atacar. O Brasil dependia de um empate, mas ficou a maior parte do tempo em desvantagem. Oras, a única coisa que poderia ser feita era justamente buscar o gol.

Logo após o gol de empate, a primeira coisa que Telê Santana fez foi tirar um atacante (Eder, se não me engano) e colocar o Paulo Isidoro, justamente para segurar a bola. Finalmente, levou o terceiro gol, que surgiu em uma jogada de escanteio. Normalmente, times recuados tendem a serem mais atacados e cederem escanteios ao adversário. Em tese, se tivesse "recuado" como todos queriam, o Brasil levaria o gol de qualquer jeito.

O problema é que as pessoas não enxergam e nem admitem o óbvio - a Itália jogou muito naquele dia e mereceu ganhar. Ganhar de mais até, já que teve um gol injustamente anulado e perdeu outras chances incríveis.

E para terminar - neguinho gosta mesmo é de reclamar da Seleção: foi perder para dizer que time deveria ter recuado. Só que antes da Copa, todo mundo reclamava: "Bota ponta, Telê!", porque ele jogava com quatro no meio de campo. Ou seja, queriam que o time atacasse.

Depois desta derrota, criou-se a certeza do futebol de resultados, o "importante é ganhar, não importa se jogue feio ou não". Vieram os volantes brucutus, veio Parreira e veio o tetracampeonato. Jogando feio, muito feio. Que pena.

escrito por mau10  # 12/08/2003 07:01:00 PM

1982/83 - Bicampeonato Paulista

E os dois em cima do mesmo adversário, o São Paulo. Em 82, o Corinthians havia sido campeão do primeiro turno, já se classificando para a final. No segundo turno, disputou o primeiro lugar (que daria a segunda vaga) com o São Paulo, que acabou vencendo.

Então, foram mais dois jogos para decidir o vencedor. Em dois jogos, com mais duas vitórias corinthianas. Na última partida, o gol inesquecível: Ataliba, que era gago, gaguejou no meio de dois zagueiros são-paulinos, que se trombaram e caíram como pinos de boliche. Mais um outro drible e lá estava Casão, livre pra fazer o gol.

Em 1983, a Democracia Corinthiana continuava embalada - mais outro título paulista. Desta vez, sem o mesmo brilho do ano anterior, afinal o último jogo foi um empate em 1 a 1, com o Leão salvando a pátria quando ninguém mais estava pensando no jogo e só comemorava.


escrito por mau10  # 12/08/2003 06:50:00 PM

28.11.03

1978 - 1984 - A Era Socrática

Para mim, foi o primeiro grande ídolo. Alto, magro, feio e desengonçado é símbolo do Corinthians. Não deixa de ser uma grande ironia que seu irmão mais novo, boa-pinta, seja o seu equivalente no São Paulo, o time dos bambis.

Sócrates era médico, articulado, bebia (muito - ainda bebe, eu acho) e fumava. Nada a ver com o perfil de atleta profissional. No início, não comemorava os gols que marcava. Depois, mudou - ou a torcida ou o time mudaram ele, enfim. A partir de um determinado momento, vibrava e muito com seus gols.

Seu toque de calcanhar, jogada característica, desarmava defesas e enchiam os olhos de qualquer um. Se bobeasse, fazia chover em campo. Como certa vez li, Sócrates pode não ter sido o melhor jogador do Corinthians, mas com certeza, foi o mais original.

escrito por mau10  # 11/28/2003 06:02:00 PM

1982 - Democracia, afinal. A Democracia Corinthiana.

"Tenho certeza de que a vitória do Corinthians deve levar a vitórias essenciais na vida. E vai levar a tanto. Acreditamos, sempre de novo, nesta era que está para chegar em favor do povo, com a participação do povo e criada pelo mesmo povo.”

Dom Paulo Evaristo Arns em "Pastoral ao Povo Corinthiano", 1977

escrito por mau10  # 11/28/2003 01:54:00 AM

1980 - São Paulo 2 x 0 Palmeiras

Não, vocês não estão lendo errado. Não é o Corinthians jogando. Vamos às explicações, então.

Naquele ano, o São Paulo havia feito dois amistosos. Um contra o Palmeiras e outro contra o Corinthians. Duas goleadas. Vai daí que lá por algum campeonato que não me lembro direito qual era, teve um São Paulo e Palmeiras. O melhor atrativo é que no antes do jogo teria uma disputa inter-colegial de um treco que os americanos inventaram.

Este treco consistia em fazer com que o jogador de linha saísse de fora da área, com a bola dominada, contra um goleiro sozinho. Ou seja, meio gol. Bom, o lance é que quem iria estar jogando era justamente o pessoal do meu colégio. Juntando isto ao fato dos meus pais serem são-paulinos, foi uma ótima chance que meu pai encontrou para me levar para o Morumbi.

Teria dado quase tudo certo se não fossem alguns detalhes - meu pai resolveu levar uma revista (acho que era Istoé), para ler enquanto o jogo não começasse. Os policiais, encarregados da segurança, viram na revista uma arma em potencial - afinal, ela poderia causar imensos danos em caso de briga dentro do estádio. Juntando a truculência da polícia ao pouco jogo de cintura paterna ("vocês estão infringindo meus direitos!!!" - sim, estavam, mas ele também nâo precisava gritar, nem tentar dar umas revistadas no guarda), o que se deu foi uma baita confusão, ameaça de prisão e tudo mais. Tudo só acabou quando meu pai resolveu jogar a revista fora.

Dentro do estádio, o Regina Mundi perdeu, o São Paulo passou por cima do Palmeiras e meu pai descobriu que eu era míope, porque não conseguia ler direito as informações que apareciam no placar. Foi a última vez que meu pai foi a um estádio de futebol.


escrito por mau10  # 11/28/2003 01:35:00 AM

26.11.03

Primeiro Jogo

Mais uma vez, a Fiel Torcida lotou o Morumbi. Mais uma vez, a pergunta se fazia: "quando é que o Corinthians vai vencer mesmo?". O time da Ponte, dizem, era melhor. Contava com Carlos, Oscar, Pollozzi, Dicá. O Timão, com formação parecida com a de 76, mais o reforço de Palhinha, recém-chegado do Cruzeiro.

Lá pelas tantas, Carlos, que ficou famoso pela má-sorte (ele foi o goleiro do Brasil na Copa de 86. Aquele que, na disputa de pênaltis contra a França, foi para o lado certo, a bola bateu na trave, nas costas dele e gol francês), sai do gol em uma dividida com Palhinha. A bola bate nele, no rosto de Palhinha e gol!! Corinthians 1 x 0 Ponte.

Segundo Jogo

Aqui, a pergunta não era mais se o Corinthians iria vencer ou quando, e sim, como. O maior público já presente no Morumbi foi naquele domingo para, finalmente, gritar "É campeão!". As coisas iam de acordo com o script previsto por Sâo Jorge: gol de Vaguinho, logo no início do jogo.

Aí, a coisa começou a desandar. A Ponte empatou e logo depois virou o jogo. Eu morava na Vila Carioca, na época, e em meu condomínio existia um grande número de são-paulinos e palmeirenses. Ao final do jogo, foram todos para o pátio comemorar a vitória do time de Campinas. O passatempo predileto deles era cantar "Parabéns a Você" e ir contando, um a um, os anos em que o Corinthians estava na fila. Corinthians 1 x 2 Ponte Preta.

Terceiro Jogo

Lembro do Ruy Rei sendo expulso, ainda no primeiro tempo. Lembro do gol, sim, o gol redentor: cobrança de falta, bola na trave, bola sendo tirada em cima da linha pelo zagueiro da Ponte e, finalmente, o pé salvador de Basílio, o pé-de-anjo. Gol!! O gol do título!! Cadê meus vizinhos são-paulinos e palmeirenses, cadê?? O dia seguinte, no colégio, vários novos corinthianos comemoravam. A cidade estava em preto e branco. O Corinthians, finalmente, era campeão. Corinthians 1 x 0 Ponte.

escrito por mau10  # 11/26/2003 01:39:00 AM

25.11.03

Corinthians x Ponte - final do Campeonato Paulista de 1977

''Corinthians, para nós, é o símbolo da esperança.(...)
O Corinthians é mesmo o símbolo do povo que não chega lá. Do povo que sofre todas as decepções, desde as mais legítimas, como também as de seus sonhos. Mas é um povo que aguenta. Que é humilde. Povo que se abate, mas que, ao mesmo tempo, sabe que precisa recomeçar. E recomeça mesmo! Está presente em todas as próximas lutas. Recomeça.(...)
É isto o espelho do povo? Ou a sua realidade mesma? Ou, ainda, alienação desta realidade, para refugiar-se em alguma coisa que se passa no campo, mas que tem interferências incalculadas? Minha pergunta mais séria é esta: quando é que o Corinthians vai vencer mesmo?"

Dom Paulo Evaristo Arns em "Pastoral ao Povo Corinthiano", 1977

escrito por mau10  # 11/25/2003 01:51:00 PM

24.11.03

Internacional 2 x 0 Corinthians - Campeonato Brasileiro 1976

Finalmente, a final! Mais de vinte anos de espera para todo e qualquer corinthiano gritar "È campeão!!!". E isto valia até mais para um garoto com 7 anos de idade, que mal sabia o que significava a palavra "fila".

O jogo seria em Porto Alegre, pouco importava se o adversário era mais forte. Embalado pela vitória no Rio de Janeiro, tinha a certeza que na segunda-feira eu poderia falar para os colegas de escola que meu time era o melhor do Brasil, mesmo que a noção de Brasil fosse um tanto vaga na minha cabeça.

Só que só esqueceram de avisar o adversário. Um gol de falta (aquela bola não entrou! gritei eu no dia) e outro de cabeça. Deste jeito assim que meu primeiro sonho de futebol se acabou.

Lembro do meu pai falar que, ora bolas, futebol não é uma coisa tão importante para se chorar, mas para mim estava claro e certo que o Corinthians tinha sido roubado pelo juiz e que a melhor coisa que eu podia fazer era chorar.

No dia seguinte, vi na televisão outra pessoa chorando, no avião que trazia os jogadores de volta: Vicente Matheus.

O sonho de ser campeão teria que ser adiado. Para o ano seguinte.

escrito por mau10  # 11/24/2003 09:45:00 PM

Corinthians 1 (4) x (1) 1 Fluminense - Campeonato Brasileiro 1976

Chovia pacas no Rio de Janeiro. Parecia que a coisa tinha sido combinada, já que com campo seco, as coisas para o Corinthians teriam sido bem mais complicadas, provavelmente.

O Fluminense era chamado de "supermáquina" ou coisa parecida. E tinha Rivellino, aquele que havia sido expulso do Parque S. Jorge alguns anos atrás. Para ele, seria um jogo ideal para se vingar.

Mas o esforçado time do Corinthians encontrou mais força e conseguiu empatar o jogo no tempo normal, levando o jogo para a prorrogação e, depois, para os pênaltis. Ali, Tobias só pegou 3 pênaltis, virando herói e colocando o Timão na final.

Este jogo também mostrou ao Brasil a força da torcida corinthiana. Mais de 70 mil torcedores se jogaram pela Dutra para, literalmente invadir o Rio de Janeiro. Disse Nélson Rodrigues, à época: " Um turista que passasse por aqui passasse havia de anotar no seu caderninho: 'O Rio é uma cidade ocupada'. Os corinthianos passavam a toda hora e em toda a parte.

.....

Nâo cabe aqui falar em técnico. O que influiu e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate."

Ele deveria ter dito vitória, mas vamos descontar pelo fato do tricolor dele ter perdido..

escrito por mau10  # 11/24/2003 09:38:00 PM

Corinthians 1 x 1 Internacional - Campeonato Brasileiro de 1976

O jogo foi no Pacaembu, ou no Morumbi, não me lembro. O time do Corinthians não era lá grandes coisas: Tobias, Moisés, Ruço. Tinha o Zé Maria e o Vladimir, sim, mas era um time esforçado.

O Inter era o atual campeão brasileiro e, provavelmente, era um dos melhores times do mundo na época: Falcão, Carpeggiani, Figueroa...

Mas o fato é que até um determinado momento do segundo tempo, estávamos ganhando, até que Falcão empatou com um chute de fora (ou será que foi dentro?) da área. 1 a 1. Quem mais me impressionou naquele jogo foi justamente Falcão, nunca tinha ouvido falar dele.

escrito por mau10  # 11/24/2003 09:26:00 PM

O início

Um belo dia, me descobri corinthiano. Nâo sei precisar ao certo o dia, o ano, o momento. Sei que durante o campeonato brasileiro de 1976, já torcia pelo Corinthians. Até hoje, minha mãe contesta este fato, dizendo que eu era são-paulino e que virei casaca com o título de 77. Não, isto não pode ter ocorrido desta forma, porque me lembro bem de um certo Corinthians 1 x 1 Internacional, ainda na fase classificatória.

Senhoras e senhores, claramente inspirado por Nick Hornby, em Febre de Bola, aqui estão as memórias afetivas de um corinthiano. Não tenho a intenção de ser preciso nas informações aqui encontradas, nem vou correr atrás disto, porque o que importa são as versões, e não os fatos.

escrito por mau10  # 11/24/2003 09:21:00 PM

7.11.03

"Ser Corinthiano é descobrir que todo ano a gente vai sofrer." (Gilberto Gil)

escrito por mau10  # 11/07/2003 09:18:00 PM

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